sábado, 14 de maio de 2011

Família?!


Família: A constituição de laços sanguíneos, principiado do casamento entre um homem e uma mulher, do qual são gerados filhos, netos, primos, tios... Dentre outras nomenclaturas que distinguem e intitulam os graus de parentesco entre os familiares.
Casamento: Convivência entre um casal, ou seja, um homem e uma mulher (afinal,o conceito inicial de casal é a junção de pessoas ou animais de sexos opostos) Onde ambos compartilham a mesma casa, cama, dentre outras coisas, além de praticarem a relação sexual (através da qual é constituída a família:Definida anteriormente). É também uma palavra que serve como catacrese para nomear a mesma convivência, porém não com casais e sim com pessoas do mesmo sexo, ou seja: homoafetivos.
União Estável: O mesmo que casamento, porém, é uma palavra de maior utilização no âmbito do direito civil, onde nos remete a seguridade de direitos e deveres aos casais vinculados nesta união. Ou seja, se você tem um casamento, é porque você tem uma união estável, automaticamente, se você tem uma união estável é porque você é casado.
Ao contrário do que alguns pensam ou impõem, o casamento não se refere à rituais religiosos. Aos rituais religiosos precedentes ao casamento, chamo de cerimônia matrimonial, a qual simbolicamente fundamenta o casamento no âmbito religioso. Afinal, o casamento não termina ao término do ritual religioso, pelo contrário, se inicia.
Ora, a família nada mais é que a nossa descendência, de onde somos gerados e geramos novos descendentes para a mesma. É através da família que adquirimos os primeiros hábitos.
A idealização de hábitos familiares perfeitos é um paradigma na sociedade, afinal, para muitos, na família tem que haver: união, amor, compreensão, intimidade, carinho, respeito, dentre outras características um tanto quanto utópicas para que saiam da ideologia de senso comum e sejam concretizadas em fatos que a façam validar.
O que as pessoas não conseguem fazer, ou simplesmente não fazem, é separar os Princípios do que É família, dos VALORES que se podem construir para a família.
Os princípios são imutáveis, é aquilo que se é de natureza. Já os valores, são as construções de hábitos, costumes, interesses... Relacionados ao ambiente em que se está inserido. Ou seja, os valores sim, são mutáveis e variados em relação as pessoas e seus estilos de vida.
Ora, para algumas pessoas a família tem que jantar unida,todos à mesa,para outras famílias, cada um janta com quem quer e onde quer,para uns os filhos não podem fazer tatuagem, nem chegar tarde em casa,para outros os filhos podem se encher de piercings e tatuagens...Nenhuma das famílias deixam de ser famílias por aderirem costumes diferentes.
Minha intenção não é a de direcionar a minha opinião no quesito valor, que provavelmente serão diferentes dos seus, mas é justamente mostrar que os princípios do que é a família, não muda por sua visão do que é o valor da mesma.
Veja como costumamos dar um grau de complexidade a coisas “simples”... Alguns dizem:
“Os amigos são a família que o coração escolhe.”
“Minha mãe é minha amiga”
O que é então mais importante? Ou o que deveria ser mais importante?
Perceba que os valores independem das condições imutáveis. Você pode amar a sua mãe e odiar o seu vizinho, você pode odiar a sua mãe e amar o seu vizinho, você pode odiar os dois ou você pode amar os dois.
Família são os seus parentes, você pode usar comparativos para assimilar alguém que não tenha vínculo sanguíneo com você a alguém de sua família, se achar conveniente, mas isso não significa que de fato e princípios esta pessoa passará a ser parte de sua família, isso é bonitinho, mas utópico.
Criamos vínculos afetivos, laços, relacionamentos harmoniosos e sólidos de diversas origens, mas estes vínculos, só serão familiares, quando referidos a descendência.
Ora, mas e um casal que não pode ter filhos e adotam um filho, não constituem uma família?
Na quimera da ideologia demagoga, sim. Mas adotar é receber, aceitar e não gerar (que é um dos princípios da Família), ou seja, nesta perspectiva, esta pessoa tem um vínculo afetivo ou de qualquer outro meio de interesse, menos um vínculo familiar. Os filhos de um filho adotivo não serão os netos dos pais que o adotaram, serão os netos dos pais que o geraram e serão COMO netos para os pais que o criaram. Metaforizar ou catacresear os termos não é a solução para a promoção de valores, saber o real significado das coisas, respeitá-las e valorizá-las, sim, é um embasamento para a promoção de valores.
Serei mais pedagógica... Ora, os seres humanos “deveriam” ser humanos uns com os outros, ou seja, deveriam exercer a humanidade (respeito, bondade, empatia...)mas a verdade é que a “humanidade é desumana”...
Vejo que enquanto pessoas de alto nível social negam esmolas para outras pessoas que precisam de comida e não tem como se alimentarem por estarem inclusas em baixos níveis socias, as cadelas adotam filhotes de gatos, patos criam filhotes de galinhas(pintos), que também não são do seu “ciclo,nível ou espécie”... O ato humanitário está mais presente nos cachorros e outras espécies de animais irracionais do que nos seres humanos. Se tornam os patos ou cadelas, seres humanos por isso? Por não exercer humanidade o ser humano deixa de fazer parte da espécie humana?

Transformar os laços sanguíneos que tem a família,em laços afetivos,depende de cada um, não é uma regra, mas sim uma promoção de valores.Transformar os laços afetivos que há entre os amigos, em laços sanguíneos que tem a família,é impossível,é algo apenas comparável,nada mais que isso.

Não venhamos a "coisificar" os relacionamentos ou "desrelacionar" o que é de origem natural,pois não é desconstruindo princípios que se constroem valores.


Lane

16 comentários:

  1. Olá, fiquei feliz em saber que voltou a postar algo depois de um bom tempo.

    Parabéns pelo texto.
    Forte abraço

    http://cinemaparceirodaeducacao.blogspot.com/

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  2. “A Família não nasce pronta; constrói-se aos poucos, e é o melhor laboratório do amor. Em casa, entre pais e filhos, pode-se aprender a amar, pode-se experimentar com profundidade a grande aventura de amar sem medo. A família pode ser o ambiente mais apropriado para uma maravilhosa experiência de amor”.

    A Família é um conjunto de pessoas que se defendem em bloco e se atacam em particular."

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  3. Gostei dos seus textos, muito bons.
    Parabéns, beijo

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  4. é . familia é mesmo, muito importante..

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  5. Creio que a família foi instituida na Bíblia por Deus. Como aprendemos desde a escola que a família é a célula mater da sociedade, ela tem perdido um pouco sua autoridade devido a valores alternativos que se tem construido ao londo do tempo.

    A forma tradicional de família, pai, mãe e filhos, por mais que os homossexuais lutem e briguem para se estabelecer outro modelo, é algo que todo o ser humano anseia instintivamente, afinal de contas, toda criança sonha e anela por ter um pai e uma mãe, e ter esses referenciais presentes desde a sua infância, no qual irão moldar o seu caráter.

    Ao mesmo tempo viver em família as vezes é complicado, os amigos nós escolhemos, mas a família não.

    Ótimo texto, parabéns pelo blog e estou te seguindo.

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  6. Gostei do seu blog. É preciso coragem para enfrentar as ilusões criadas e mantidas pela sociedade. É difícil, cansativo como nadar contra a maré. Porém, só assim podemos ser verdadeiros e fiéis a nós mesmos.
    Que a tua coragem se renove a cada dia.

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  7. Um excelente texto, parabéns.

    http://marysimplicio.blogspot.com/

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  8. Otimo texto parabens..

    adorei esta parte: "... mas a verdade é que a “humanidade é desumana"..!..concordo com vc..

    otimo blog..
    seu texto me prendeu a atençao ate o final.

    abraços..

    seguindo..
    se puder faça-me uma visita..

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  9. Li com atenção seu texto e de cara já comecei a discordar, porque achava que a definição de família exposta era a literária, ou seja, de dicionário. Para minha surpresa, minha discordância encontrou amparo no próprio dicionário, e me deu a certeza de que meu conceito de família não está errado. Segundo o dicionário, "família" vem do latim (latim familia, -ae, os escravos e servidores que vivem sob o mesmo tecto!, as pessoas de uma casa). Não está estabelecido então o vínculo sanguíneo, afinal de contas, escravos e servidores que vivem sob o mesmo teto não são necessariamente PARENTES. Essa é a chave da questão. Não podemos confundir FAMÍLIA com PARENTES, esses sim, necessariamente, vinculados por laços sanguíneos ou co-sanguíneos. Família dá a idéia de união, de conjunto, e pode ser num primeiro momento e o mais comum, relacionado a parentesco. Mas famíia, pode ser tão somente os parentes que vivem sob o mesmo teto, como pai, mãe e seus filhos diretos. Mas nesse caso, onde ficam os demais parentes??? Eles todos, nessa linha de raciocínio, não podem ser famíliares, tendo em vista que a relação de família está diretamente ligada aos laços sanguíneos, e um casal é formado por membros de famílias diferentes, logo o marido não faz parte da família da esposa e vice-versa. Mas os filhos desse casal faz parte da família de ambos! Logo, não é muito sensato esse conceito de família, que na verdade é conceito de parentesco! Família tem muito mais de afetividade e afinidade do que propriamente de sangue que corre nas veias. Eu tenho muitos parentes, mas sinceramente, afetivamente, não tenho tantos familiares. Aliás, como tem vínculo com primos, que são parentes, mas que sequer conheço??? Acho hipócrita o conceito primitivo de família que desconsidera a questão da afetividade, convívio e afinidade!

    Abração

    http://estacaoprimeiradosamba.blogspot.com/

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  10. Muitooooo bom o post
    Seu blog está de Parabens viu?!
    Estou te seguindo
    beijos

    www.jmphotosnet.blogspot.com

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  11. Gostei do texto, parabéns !

    Seu texto realmente foi muito bem escrito, elaborado e com certeza prendeu minha atenção
    Gostei

    Se quiser, passa lá no meu blog também viu,
    fala sobre tecnologia, mídias, etc
    http://ypsicom-uscs.blogspot.com/

    Abraço

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  12. Como sempre o livres em Cárcere vem com um tema bem "polêmico"!!!
    Quando vi o tema:Família?!...pensei que iria tratar de problemas familiares,dentre outros tabus que temos na família,mas não!é algo bem mais profundo,afinal vc mostra o sentido da família relacionado aos princípios e conforme a terminologia da palavra.E é verdade,na família pode haver ou não laços afetivos...

    Adorei o final:
    "Não venhamos a "coisificar" os relacionamentos ou "desrelacionar" o que é de origem natural,pois não é desconstruindo princípios que se constroem valores."

    Continue postando! fazia tempo que não postava hein?

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  13. Voltei!!!
    Dando uma olhada nos comentários acima,me chamou a atenção o comentário do Sandro.
    Bom,Sandro...você disse que consultou o dicionário em busca do significado da palavra família...Lhe pergunto qual DICIONÁRIO,vc consultou,pois tive a mesma curiosidade que vc(após ler seu comentário)e vi que o SIGNIFICADO da palavra família é: Conjunto de pessoas do mesmo sangue;descendência.
    E me chocou ainda esta sua colocação: "Não podemos confundir FAMÍLIA com PARENTES, esses sim, necessariamente, vinculados por laços sanguíneos ou co-sanguíneos.!!!"
    Não contente,fui novamente consultar o dicionário e vi a definição da palavra parente,que é:Indivíduo que em relação a outro ou outros,pertence a mesma família.

    Você acabou sendo contraditório e concordou mesmo que inconscientemente de que família é parentesco.(o que é realmente, com amparo do dicionário)

    Bom,era só pra deixar claro,de que realmente no sentido terminológico e literal:Família são laços sanguíneos.
    Cuidado com qualquer fonte de sites,pois nem sempre tem informações corretas.
    O sentido terminológico das palavras não pode ser alterado,embora cada um pode fazer valer o sentido que lhe achar conveniente,mas não usurpando seu real significado.

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  14. os textos sao muito bons...
    Visite
    http://cantodasala.blogspot.com/2011/05/clownhouse-eua-1989.html

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  15. tô te seguindo, me segue também:
    amontoadojm.blogspot.com

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  16. Adorei o texto. Muito bom, parabéns.
    Patricia
    Oficina de Cestas

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